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A desventura da menina vinda
das entranhas da Amazônia 

No país profundo, periférico e quase invisível, onde vive boa parte do povo brasileiro, começa e termina a história da pequena Dendiara, ou Dendy, como batizaram os que a encontraram na extensa região fronteiriça do Brasil com a Guiana Francesa. A menina desafortunada, que veio da mais áspera miséria, carrega em seu percurso um símbolo da controversa ocupação da Amazônia.

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“A descrição das personagens é fruto dos traços detalhistas, com uma ironia sofisticada da autora. São reais, visíveis e absolutamente pertencentes ao imaginário de qualquer um que tenha visto filme ou lido sobre a Amazônia. Franceses, brasileiros, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, migrantes e esquecidos, estão todos presentes. E, para sabermos quem é a menina, somos apresentados à dura realidade dos garimpos clandestinos no interior da floresta.”

Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente

“Não há garimpo sem mercúrio”

“Nos grandes garimpos, mesmo se clandestinos, usa-se maquinário pesado, cujo funcionamento depende do abastecimento de combustível, insumo de primeira necessidade. Inicialmente, os garimpeiros limpam a área com as motosserras, cortando indiscriminadamente todas as árvores, e, em seguida, com a retroescavadeira, arrancam os tocos e as raízes que ainda se agarram ao solo. Depois, a retroescavadeira volta ao solo já cheio de buracos e termina de afrouxá-lo completamente, quebrando as camadas de terra da superfície em toda a extensão do que será o garimpo. Uma vez a terra fracionada, entram em funcionamento as bombas hidráulicas, que injetam água e mercúrio, sob pressão, diretamente no solo.”
(Trecho do livro O passeio de Dendiara)

Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

Foto: Ascom/Ibama

Os mapas da região que o livro percorre

Arte dos mapas: Fernando Pires Pinto

Ana Lélia Benincá Beltrame nasceu em maio de 1952, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, onde passou a infância e a juventude, estudando no então Instituto de Educação Olavo Bilac e, depois, no Ginásio Maria Rocha e no Colégio Metodista Centenário. Concluiu o curso de Direito na Universidade Federal de Santa Maria, em 1975. Ingressou no Itamaraty em 1978, através de concurso do Instituto Rio Branco.

Em 1978, iniciando a carreira de diplomata como terceira-secretária, passou a residir em Brasília. No ano seguinte, foi designada para a Embaixada em Nairóbi, no Quênia, onde permaneceu por três anos. Depois, serviu, sucessivamente, nas embaixadas em Paris e Atenas e nos consulados-gerais em Montevidéu, Caiena, Toronto e Rivera. Exerceu também diversos cargos em Brasília, no Itamaraty, entre eles, o de corregedora do Serviço Exterior. Galgou todos os degraus da carreira de diplomata e foi promovida a embaixadora em 2011.

Em 2009, enquanto cônsul-geral em Caiena, ganhou o prêmio Samuel Benchimol de Empreendedorismo Consciente, do Banco da Amazônia, com o trabalho “Observatório para o Empreendedorismo Sustentável e Integração Espontânea entre o Brasil e a Guiana Francesa na Região do Oiapoque”.

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