No mundo da comunicação digital e da hiperconectivade atual, com 5,36 bilhões de pessoas com acesso à internet, as empresas precisam ter DNA midiático e saber se comunicar direto com seus públicos, de forma transparente e proativa. Essa é a receita de Roger Spitz, futurista de prestígio, autor de livros best-sellers como “The Definitive Guide To Thriving on Disruption”, leitura relevante para quem quer sobreviver em tempos incertos e de múltiplas crises: companhias, entidades, lideranças, todos nós.
Spitz, fundador do think tank Disruptive Futures Institute, em São Francisco, e consultor especialista da Global Foresight Network do World Economic Forum, desenvolveu o gráfico de MFV (Campos Mínimos Viáveis, em inglês) para apontar as três questões obrigatórias a qualquer empresa. A sagacidade midiática é uma das três necessidades, junto com recursos técnicos avançados e DNA de energia e natureza.
Cada vez mais, a narrativa é um superpoder no contexto atual de sociedade conectada. É fundamental que empresas e lideranças saibam construir e compartilhar mensagens autênticas e antecipar informações erradas que possam surgir sobre o seu negócio. “Ser transparente e proativo é uma estratégia central quando a percepção é tudo e a informação se amplifica em alta velocidade”, diz Roger Spitz em recente artigo para o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Spitz lembra que informações, narrativas e desinformação afetam profundamente os lucros corporativos e observa que quando os públicos interessados, os consumidores e os colaboradores entendem a história, confiam na visão e respeitam os valores, “é mais provável que aceitem as suas ofertas”.
A habilidade da boa comunicação, com narrativa verdadeira e genuína, torna-se hoje crucial para qualquer líder e empresa. Spitz enumera outras questões atuais que reforçam essa necessidade, como o fato de que empresas e seus respectivos campos estão se tornando mais liminares.
“Não existe mais uma indústria única, existe o multidisciplinar. Não existe uma estratégia digital independente: existe apenas ‘a estratégia’. Qualquer tipo de marketing inclui o marketing digital. Não existe ‘online’ versus ‘offline’. Essa hibridização combina simultaneamente o físico, o digital, o aumentado, o virtualizado e o imersivo”, pontua o especialista, que lança em setembro o próximo volume da série: “Disrupt With Impact – Achieve business sucess in na unpredictable world”, em pré-venda na Amazon. Spitz enfatiza ainda no artigo que a compreensão como a informação molda a percepção e cria ou destrói valores é crucial para as empresas.
Essa é exatamente uma das principais reflexões que abordo, junto com Patricia Marins , no livro “Muito Além do Media training – o papel do porta-voz na era da hiperconexão”, que já está a caminho da segunda edição. A comunicação transformadora é soft skill imperativo para líderes e organizações com visão de futuro e que querem fazer a diferença em tempos de incerteza e de crises múltiplas de longa duração.
* Jornalista e Curadora de Conteúdo, é Consultora-Associada da Oficina Consultoria.