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Fragmentos de Marcos Benjamim

“Um livro totalmente Tim Maia”, diz Marcos Benjamim, com a expressão aliviada de quem encontrou a definição exata para o manuscrito “Arte, Artistas & Mercadores”, que construiu com lonas rasgadas e liberdade verbal.

Até achar o Tim Maia preciso, ele aceitou a ideia de que o livro pode ser considerado o outro lado do silêncio a que se impôs como artista plástico de múltiplas manifestações. “Mas esse livro tem um certo barulho”, avisa, depois de alguns poucos instantes de hesitação.

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O barulho pode ser estrondoso em frases como “Faço arte para não tomar choque elétrico”. Ou “Duchamp está para a pós-modernidade assim como o Cristo está para o cristianismo”, com direito ao complemento provocador: “O cristianismo é a negação de Cristo”. O mundo vivido por Benjamim “é uma comunidade geopolítica de retardados…”, mas só estes, ele ressalva, podem reinventar o mundo.

Há trechos em que trata de sua própria morte. E há outros em que faz poesia:

“Arte é como mágica
Você sabe que é mentira
E você não sabe
Aonde está a mentira”

Seja qual for o tom, Benjamim recorre a um texto transbordante para mostrar as entranhas da arte e falar de seus temas mais íntimos – “eu não tenho o menor pudor”, deixa claro. Lá estão expostas as feridas e as dores de um artista na relação com o comércio de sua obra. Sem qualquer desenho, foto ou pintura, ele enxerga no livro um “silêncio gráfico” carregado de beleza. Na capa, uma costura, ou um remendo, na lona de cor gasta.

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