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A reinvenção do rádio

Flávia Andrés Cataldo*

Do seu aparecimento, no início do século 20, até estes primeiros anos do século 21, o rádio pode ser considerado ainda jovem, mas com uma invejável experiência de vida. Décadas atrás, era a principal fonte de informação e entretenimento nas casas e ambientes de trabalho. Hoje, notavelmente, resiste e divide espaço com uma infinidade de outros meios de comunicação, tanto on quanto off-line.

Nossos avós certamente podem testemunhar sobre a fascinação de se ter a voz humana projetada em um aparelho doméstico. A relação entre o ouvinte e as rádios, a interação da fala e audição entre espaços geograficamente distantes, todas essas vertentes foram a base do que se tem hoje em termos de mídia e comunicação social. Tema para um bom bate-papo.

Carolina Braga, editora do site Culturadoria (www.culturadoria.com.br) e professora de Radiojornalismo da Uni-BH enxerga com clareza a convivência do rádio com as demais mídias. Em entrevista concedida a este blog, ela aborda a questão de forma fluida e instigante.

Pergunta – Qual o lugar do rádio hoje?

Resposta – Ainda acho que o rádio consegue ser o meio de comunicação mais veloz, capaz de associar informação e análise ainda mais rápido que o Twitter. Por isso, as emissoras informativas têm tudo para explorar essa característica. O ecossistema das mídias já mudou muito e as rádios informativas souberam tirar proveito disso. O mesmo não ocorreu com as emissoras musicais. Os lançamentos estão em outras plataformas e a audiência também.

P – Como atingir um público ouvinte que está cada vez mais plugado no próprio celular?

R – O rádio está no celular. Essa é a vantagem: as plataformas evoluíram e o tradicionalíssimo meio de comunicação foi se adaptando, entendendo que na comunicação em rede o que vale é a coexistência de várias mídias, de diversos modos de se comunicar. Estar plugado no próprio celular também pode significar acompanhar alguma emissora de rádio pelas ondas sonoras ou pelas redes sociais.

P – As emissoras de rádio têm conseguido se manter ativas e produtivas nessa era da internet?

R – Sim. O modelo de negócio dos meios de comunicação foi totalmente abalado “nessa era da internet”. Em todas as mídias. Isso significa que a manutenção está cada vez mais difícil. Mas não acho impossível, já que novos caminhos se apresentam cada vez mais desafiadores.

  • Flávia Andrés Cataldo é advogada e pesquisadora nas áreas de Sociologia e Comunicação.
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