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Livro-reportagem conta história de morte
e opressão no tempo da ditadura militar

No ambiente sufocante do regime militar, o diplomata brasileiro Paulo Dionísio de Vasconcelos morre em circunstâncias misteriosas na cidade holandesa de Haia, em 1970, sem que as autoridades tenham se empenhado em desvendar o episódio obscuro. Essa história é contada pelo jornalista Eumano Silva no livro A morte do diplomata: um mistério arquivado pela ditadura, que traz informações inéditas sobre o caso e o período do autoritarismo no Brasil.

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A PERSEGUIÇÃO AO
“BISPO VERMELHO”

Dom Helder Câmara - 1974
Dom Helder Câmara - 1974

“Dom Helder Câmara em Utrecht, na Holanda, no final de maio de 1970: ‘Segundo as autoridades brasileiras, estou cometendo um crime contra o Estado, quando falo em torturas no Brasil. Para mim, porém, seria crime contra o povo brasileiro se eu me calasse. Se eu for por isso atirado à prisão, será a melhor propaganda para a causa que defendo.’

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Dom Helder tornara-se um dos personagens mais atuantes nas denúncias dos crimes da ditadura, como tortura e morte de adversários políticos. Paulo Dionísio resistia a colaborar no monitoramento do “bispo vermelho”, conforme determinado pela área de informações por meio dos canais internos de comunicação.”

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Trecho do livro “A morte do diplomata: um mistério arquivado pela ditadura”, de Eumano Silva 

DE BELO HORIZONTE
ATÉ A DISTANTE HAIA

“Eumano se inspirou nos recursos literários do romance policial ao lidar com o desafio de escrever uma reportagem de fôlego. Inspirou-se também na grande experiência de trabalho em revistas noticiosas semanais, que usam, mais do que o jornalismo diário, os recursos da narrativa: suspense, metáfora e emoção. Mas fez isso sem passar da conta. Assim, não prejudicou a integridade do relato.

Uma riqueza do livro são as revelações que traz sobre o período da vida de Paulo Dionísio Vasconcelos, dos anos 1950 aos 1970. Desde os tempos de internato até a troca do primeiro olhar com a colegial Maria Coeli, que seria sua esposa, na então romântica e inocente Praça Sete, em Belo Horizonte, até sua morte na distante Haia.”

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Trecho do prefácio de José Salomão David Amorim no livro “A morte do diplomata: um mistério arquivado pela ditadura”

Eumano Silva

Eumano Silva, 53 anos, nasceu em Iturama (MG). Jornalista, formado em 1987 pela Universidade de Brasília (UnB), fez carreira na cobertura da área política na capital federal. Chefiou as sucursais das revistas Época e IstoÉ, foi editor de Política do Correio Braziliense, editor-executivo do site Congresso em Foco e editor-chefe da revista Veja Brasília.

Como repórter, trabalhou na Folha de S. Paulo, Veja, O Estado de S. Paulo, Jornal de Brasília e Diário do Sul. No início da vida profissional, acompanhou a Assembleia Nacional Constituinte e cobriu a área militar. Nomeado pelo Ministério da Defesa, participou das buscas de desaparecidos da Guerrilha do Araguaia, em 2009 e 2010, como observador independente do Grupo de Trabalho Tocantins.

Ganhou o Prêmio Esso Regional de Reportagem de 2003 com série publicada pelo Correio Braziliense sobre a guerrilha no Norte do país. Em 2006, recebeu o Prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem com a obra Operação Araguaia: os arquivos secretos da guerrilha. Atuou em 2013 como pesquisador da Unesco para a Comissão Nacional da Verdade (CNV). Há duas décadas, realiza pesquisas com documentos sigilosos da ditadura.

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